O universo d’As Meninas Maluquinhas

Lançamento da Melhoramentos tem curadoria de Fábio Yabu e mostra a inspiração da geração feminina que cresceu lendo as obras de Ziraldo

O universo d'As Meninas Meluquinhas
O universo d'As Meninas Meluquinhas

As meninas e as mulheres sempre tiveram grande participação no legado encantado criado pelo mestre Ziraldo: Julieta, Nina, Super Mãe, Professora Maluquinha.  Personagens que inspiraram leitoras de várias gerações, que perceberam que podem ser tudo o que quiserem: delicadas, fortes, sensíveis, lidando, inclusive com perdas. 

Os contos de As Meninas Maluquinhas, lançamento da Editora Melhoramentos, com curadoria e ilustrações de Fábio Yabu, mostram o “voo” da criatividade de quem cresceu lendo o universo de Ziraldo. A obra apresenta histórias que vão também inspirar. Yabu é ainda responsável pela curadoria de Os Meninos Maluquinhos, que reuniu escritores da nova geração, título lançado também pela Editora Melhoramentos.  

A obra reúne oito contos escritos por autoras brasileiras da literatura infantojuvenil, com pluralidade de estilos narrativos. Andreza Delgado, Anna Claudia Ramos, Carolina Munhóz, Eliana Martins, Elizandra Souza, Márcia Kambeba, Mikannn e Paula Pimenta falam de temas como adoção, cultura indígena, fases da vida, e relações familiares e escrevem sobre garotas com perfis completamente diferentes. Mas todas têm algo em comum: elas sonham, se divertem e vivem aventuras que promovem aprendizados. O livro traz magia, ludicidade, empatia e respeito à diversidade. 

Em A Menina que Tinha Medo do Espelho, Andreza Delgado fala que o reflexo, ao contrário do que imaginava Ana, a personagem, pode mostrar o infinito – mesmo sendo órfã. Abrindo a Porta, de Anna Claudia Ramos, apresenta a bruxinha que também gostava de se vestir de caubói. “Eu gosto de ser quem me dá vontade de ser”. 

Já A Menina Fadinha, de Carolina Munhóz, assegura que os sonhos foram feitos para serem realizados. O conto indica que existe mágica no mundo – e nem tudo precisa ser explicado. 

A Mira Bolante, de Eliana Martins, provoca sorrisos. Uma garota – Carola – que adora antecipar a vida adulta e se apresenta como campeã de ioiô (e como publicista e youtuber também). Tudo ao mesmo tempo.    

“Tua língua é o teu leão; se deixar, ela te devora” é o provérbio de estimação d’A Menina Malunguinha, de Elizandra Souza. Ela tinha pele café com mel, cabelos crespos com tranças, búzios e miçangas – a garota que nasceu para ser rainha. O texto vem com um glossário, que mostra o que significam alguns termos como banzo (nostalgia, saudade, lembrança), Ifá (oráculo ou sistema divinatório africano), ilê (casa) e Xirê (roda na qual os orixás se encontram para dançar e brincar). 

Márcia Kambeba, escritora indígena, fala sobre a maluquinha que protege a floresta juntamente com Curupira, em a Menina da Matinta. A história mistura nosso folclore com poesia. 

E tem a garota com imensa imaginação, que apreciava a vida que se passava na janela e a partir daí inventava as próprias histórias. Assim é A Menina e o Colibri, de Mírian Mikannn. A personagem aprende que a fantasia, muitas vezes, pode ganhar vida no mundo real. 

A Menina Sonhadora, de Paula Pimenta, chamava a atenção por sempre olhar para nuvens, passarinhos e borboletas. Alguns achavam que isso poderia ser um problema. Mas a profundidade do que ela sentia, na verdade, era um dom. 

Um livro que vai apoiar os pensamentos, vontades e sonhos de tantas meninas maluquinhas. Imaginem só o que está por vir.

Outras publicações para ler e curtir.

Tags

Outras publicações para ler e curtir.

cookies

Este site usa cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Termos e Condições